Peroxissomos

1     INTRODUÇÃO

São organelas encontradas em todas as células. Possuem forma ovóide, com diâmetro médio de 0,6 μm, e seu número varia entre 70 e 100 por célula (mais nas células hepáticas e renais). Foram descritos pela primeira vez por Rodhin (1954), em células de rato, sendo então designados por “microbodies“. Entretando, sua caracterização bioquímica foi estabelecida por De Duve e colaboradores que, propôs a designação de peroxissoma em substituição da de “microbodies“, uma vez que nessas organelas estão presentes duas classes de enzimas: oxidases produtoras de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e catalases. Posteriormente, os peroxissomas foram identificados em diversas células animais e vegetais.

2     FUNÇÃO DOS PEROXISSOMOS

De uma forma geral, os peroxissomas participam na oxidação de substratos em presença de oxigênio molecular e, em seguida, realizam a decomposição do peróxido de hidrogênio (H2O2, extremamente tóxico para a célula), proveniente daquelas oxidações.

2 H2O2    →  catalase  →   2 H2O   + O2

A catalase não degrada somente o H2O2 produzido nos peroxissomos, mas também o que é produzido em outros locais da célula (mitocôndrias, retículo e citosol). Nessa regiões as oxidações produzem ânions superóxido   (O2), conhecidos como radicais livres.

2(O2) + 2H+ → superóxido dismutase → 2 H2O+ O2

                2 H2O2    →  catalase  →   2 H2O   + O2

Nas células hepáticas e renais, a catalase atua também como uma enzima desintoxicante, utilizando o H2O2 para oxidar substâncias  e neutralizar sua toxicidade:

H2O2   +   TH2  →  catalase  →   2 H2O   + T

onde TH2 simboliza a substância tóxica e T a mesma substância depois de sua oxidação.

RH2 – substância tóxica

Esta competência bioquímica dos peroxissomas é utilizada por diferentes tipos celulares com diversos objetivos. Nas células vegetais, os peroxissomas participam na fotorrespiração e, entre outras funções, promovem a conversão de lípidos em glicídos, quando da germinação de sementes de oleaginosas (neste caso, designam-se por glioxissomas). Esta operação inclui a oxidação dos ácidos graxos, que se também se realiza no fígado, no rim e em outros órgãos de mamíferos. Nos animais, os peroxissomas intervêm ainda em numerosas outros segmentos catabólicos (catabolismo das purinas, oxidação do etanol, etc.) e anabólicos (síntese de ácidos biliares, síntese de colesterol, etc.). É responsável também pela bioluminescência em vagalumes (oxida a luciferina junto com ATP, ocorrendo a emissão de luz).

3     ORIGEM DOS PEROXISSOMOS

A origem dos peroxissomas é controversa, sabendo-se, contudo, que suas enzimas não provêm do REG (Retículo Endoplasmático Granular ou Rugoso). Um dos modelos hipotéticos da biogénese dos peroxissomas considera que o compartimento peroxissómico se forma a partir do retículo, mas que as cadeias polipeptídicas dos enzimas (oxidades e catalases) são sintetizadas no citossol, nos  polissomas livres, e posteriormente transferidos para a matriz dos referidos compartimentos:

Outra teoria é que os peroxissomos “jovens” tenham capacidade de se duplicar, por fissão binária. Para tanto, a dupla camada lipídica teria de crescer, por transferência de fosfolipídios dos RE, e as proteínas seria formadas no cirosol, ingressando na organela.

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